Twitter tem novo concorrente no Twitch
O icónico serviço de microblogging tem agora mais uma potencial fonte de preocupação: o (aparentemente) pouco conhecido Twitch.
O que é isso do Twitch?
Já escrevi sobre ele algumas vezes. É um serviço de vídeos em direto sobre videojogos: os utilizadores podem transmitir em direto as suas sessões de jogo para outros verem e comentarem. E dito assim pode parecer uma coisa menor, sem grande relevância. Mas a verdade é que é um dos maiores geradores de tráfego de internet nos Estados Unidos e tem um nível de utilização tão grande que a gigante Amazon adquiriu o serviço pela quantia de 1.000 milhões de dólares em 2014.
E o que é que o Twitch tem a ver com o Twitter?
Não é a parecença do nome. Os serviços são bem diferentes e o Twitch é assumidamente para um nicho. Mas ainda assim é um nicho gigantesco e o Twitch está a diversificar a sua oferta.
No mês passado anunciou que os utilizadores podiam passar a incluir nos seus diretos botões para que a assistência pudesse comprar o jogo que está a ser jogado. Uma parte das receitas geradas será partilhada com esses utilizadores do serviço.
Já este mês o Twitch anuncia que vai renovar a sua homepage e transformá-la num mural de comentários sobre as emissões em direto e sobre os videojogos em geral. Vejam o vídeo explicativo que o Twitch divulgou sobre esta funcionalidade a que chama Pulse:
Não escapou a ninguém a parecença com Twitter. Mas sobretudo parece-me uma excelente iniciativa do Twitch para dar mais vida à sua página de entrada e estimular a participação da comunidade, permitindo partilhar e comentar não apenas os diretos mas também pequenos vídeos dos melhores momentos de cada emissão.
O Twitter tem razões para estar preocupado?
Diretamente, não. O Twitter é muito mais universal e abrangente. Mas por outro lado tem tido algumas dificuldades em rentabilizar-se. A remoção do limite de 140 caracteres e a adição da partilha de vídeos são dois exemplos do esforço do Twitter em aumentar a sua audiência e diversificar a sua oferta.
E, sobretudo, o vídeo é uma "guerra" entre várias plataformas contra o domínio do Youtube: Facebook, Snapchat, Twitter, todos querem mais vídeo a ser consumido diretamente nas suas plataformas, pelo potencial que isso tem de gerar receitas de publicidade. E se o Twitch, que estava focado nos diretos, de repente expande a sua oferta de conteúdos e a audiência potencial, aliado ao estatuto que já tem na área dos videojogos, é bem capaz de ir buscar uma fatia significativa dessa receita.