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Vida Extra

Aventuras e desventuras no universo dos videojogos.

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Aventuras e desventuras no universo dos videojogos.

Se David Lynch fizesse videojogos

Um dos momentos altos dos The Game Awards foi a apresentação de um novo trailer de Death Stranding. Isto por si só não dirá nada aos menos atentos à indústria dos videojogos, mas trata-se do novo jogo de um dos mais venerados criadores de sempre: Hideo Kojima.

 

Foto de Hideo Kojima

 

Kojima é conhecido pela saga Metal Gear Solid (por si só merecedora de uma área de estudo própria). Uma saga rica em simbolismos, criatividade e momentos cinematográficos. Uma saga que foi obrigado a abandonar pela editora Konami, numa autêntica novela da vida real sobre a qual já escrevi.

 

Kojima tem agora uma produtora de videojogos independente e está a trabalhar num jogo totalmente novo. Death Stranding foi anunciado em junho deste ano com um trailer enigmático, protagonizado por um Norman Reedus virtual totalmente nú. Há uma praia cheia de cadáveres, há um par de algemas com uma luz azul num dos braços de Reedus, que em lágrimas segura um bebé. De repente o bebé desaparece.

 

 

Na semana passada foi apresentado um segundo trailer do jogo, desta vez com a presença de Guillermo Del Toro Mads Mikkelsen (ambos vestidos). Del Toro está na mesma praia (ou noutra muito semelhante) e segura nos braços uma pequena cápsula futurista. Mas também há um túnel, uma cidade em ruínas e soldados e veículos de guerra anacrónicos. Del Toro liga um tubo à cápsula e revela um bebé no seu interior.

 

 

Todo este simbolismo é apresentado de forma magistral e misteriosa, lembrando em muito a filmografia de David Lynch. Mas, tal como nos filmes de Lynch, não existe apenas o simbolismo. Há um fluxo muito próprio que pode passar despercebido.

 

Alguns filmes de Lynch são círculos perfeitos: podem começar a ser vistos a partir de qualquer das suas cenas, pois as cenas acabam por levar-nos de volta ao ponto de partida. E o segundo trailer de Death Stranding também esconde algo à vista de todos. Algo que ficou plenamente claro quando alguém se lembrou de assistir aos dois trailers do jogo em simultâneo, lado a lado.

 

É que o momento no segundo trailer em que Guillermo Del Toro liga o cabo à cápsula e faz aparecer o bebé é exatamente o mesmo momento em que o bebé desaparece dos braços de Norman Reedus no primeiro trailer. Os dois trailers parecem ser a mesma cena vista em locais ou planos distintos.

 

Nesta altura dirão os mais atentos: "Mas o primeiro trailer tem 3 minutos e meio e o segundo tem 5 minutos. Como é que batem certo?" E têm razão. Para os trailers baterem certo é preciso esticar a duração do primeiro ou encolher a do segundo. Só assim batem certo, e se calhar quer dizer que estamos a ver ligações onde elas não existem. Ou, se calhar, termos de distorcer o tempo dos trailers para baterem certo é propositado. Com Hideo Kojima nunca se sabe. Estamos a falar do homem que usou um nome de uma empresa fictícia para anunciar incognitamente um jogo chamado "The Phantom Pain", que mais tarde se revelou ser o último capítulo da saga Metal Gear Solid... e o logo de "The Phantom Pain" tinha umas sombras por cima onde se veio a descobrir que o logotipo de Metal Gear Solid V encaixava perfeitamente.

 

Logo de The Phantom Pain

 

Logo de Metal Gear Solid 5: The Phantom Pain

 

Que outros significados poderão existir neste par de trailers? Um deles com um homem despido e o outro com um homem vestido. Um ao som da música "I'll Keep Coming" ("Voltarei sempre") e o outro ao som da música "Easy Way Out" ("Saída fácil"). E aquele arco-íris invertido...

 

Pelo menos a presença de Norman Reedus e Guillermo Del Toro nos trailers de Death Stranding é fácil de explicar. Ambos estavam a trabalhar com Hideo Kojima no jogo de terror Silent Hills, um projeto que foi cancelado pela Konami quando a editora expulsou Hideo Kojima. E a opinião do realizador sobre essa atitude não é mistério nenhum:

 

publicado às 10:10

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