O fenómeno Pokémon Go
Há um novo fenómeno a tomar de assalto as redes sociais e as ruas. Há uma nova aplicação para telemóveis que subiu para o primeiro lugar dos tops da App Store e do Google Play nos países onde já foi lançada. Uma nova aplicação que, em menos de uma semana, tem tantos utilizadores quando a maior app de encontros, o Tinder, e que está prestes a igualar o Twitter em número de utilizadores ativos por dia. A empresa-mãe dessa app aumentou o valor das suas ações em bolsa em mais de 40% e o seu valor de mercado subiu 7.500 milhões de dólares.
Estamos a falar de Pokémon Go.
Já tinha falado brevemente sobre este jogo no dia em que foi lançado, por causa da forma bem disposta como foi recebido pelos criadores da série de jogos Go (que nada têm a ver com este). Mas estava longe de imaginar o que se iria seguir.
É que não foi apenas o sucesso de número de downloads e pessoas a jogar ou a expectável subida das ações da Nintendo (embora não esperasse de todo uma subida tão drástica). Há todo um fenómeno social a crescer à volta deste Pokémon Go e isto acontece porque, tal como em praticamente tudo o que tem o "dedo" da Nintendo, o Pokémon Go não é apenas mais um jogo para telemóvel.
Tal como no jogo original, os jogadores têm de apanhar os pequenos monstros. Só que em Pokémon Go os monstros estão espalhados pelo mundo real. O jogo usa a informação do GPS do telemóvel para guiar os jogadores por ruas reais das suas redondezas e usa a câmara do dispositivo para mostrar os Pokémons virtuais sobrepostos à imagem real.
E isto significa que há pessoas a passear pelas ruas de smartphone em riste, a caçar Pokémons.
E isso significa que, dado o sucesso tremendo do jogo, estão a acontecer situações insólitas:
- Uma jovem do Wyoming que procurava um Pokémon junto de um riacho encontrou um cadáver. A polícia local suspeita que seja uma vítima de afogamento acidental.
- No Missouri um grupo de assaltantes usou uma das funcionalidades do jogo para atrair vítimas para um local pouco frequentado e assaltá-las (o jogo permite definir locais de interesse no mapa e partilhá-los com a comunidade). Os assaltantes já foram apanhados porque, obviamente, a polícia também podia ver as localizações que eles estavam a partilhar.
- Pelo menos um jogador resolveu otimizar o processo de captura de Pokémons ligando o seu smartphone a um drone. O jogador só tem de ficar descansadamente à espera enquanto o drone voa até às localizações dos Pokémons para os capturar.
- E muitos jogadores estão pura e simplesmente a fazer novos amigos, porque nos seus passeios pelas ruas encontram outros jogadores: pessoas com os mesmos gostos e que partilham do seu passatempo.
Mas esta lista não é completa. Espreitem mais no Tek.
Há todo um fenómeno social a acontecer neste preciso momento por causa do Pokémon Go, e o jogo ainda só está disponível em alguns poucos países. Aliás, esse ainda é um dos problemas. É que jogadores de todo o mundo, ansiosos por experimentar este novo título, estão a instalar a aplicação para Android a partir de fontes não oficiais. E uma empresa de segurança já detetou pelo menos uma versão do jogo infetada por malware a ser partilhada. Jogadores portugueses: não arrisquem a segurança dos vossos smartphones.
O que falta mesmo saber é se este fenómeno é passageiro ou se estamos perante algo mais duradouro. Até ao momento Pokémon Go terá gerado mais de 14 milhões de dólares de receita, segundo estimativas da firma Superdata, mas o desafio será manter o interesse dos jogadores durante semanas, meses e mais além.