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Vida Extra

Aventuras e desventuras no universo dos videojogos.

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Aventuras e desventuras no universo dos videojogos.

Fui ao Lisboa Games Week e um tubarão tentou comer-me

A segunda edição do Lisboa Games Week está na FIL, no Parque das Nações, até dia 8 de novembro. Fui lá. Ia sendo comido por um tubarão. E não, não entrei no Oceanário por engano.

 

O Lisboa Games Week é um pequeno paraíso para quem gosta de videojogos. No pavilhão 4 da FIL podem ser vistos e experimentados desde jogos clássicos das primeiras consolas e máquinas de arcada até aos mais recentes lançamentos e mesmo alguns títulos que só chegarão às lojas em 2016. Tudo isto sem esquecer os videojogos de produção nacional (para quem não sabe, são muitos e bons), os jogos de tabuleiro e todo o tipo de itens culturais relacionados com o tema. Ah! E os Youtubers. Muitos Youtubers.

 

Mas talvez o mais marcante no evento deste ano seja mesmo a hipótese de, pela primeira vez, o público português poder experimentar a realidade virtual da PlayStation.

 

Os capacetes de realidade virtual não são novidade, mas estão de volta e em força. O Facebook comprou recentemente a empresa que produz os Oculus Rift por 2 mil milhões de dólares e a Samsung já tem este tipo de produto no mercado. A Google até disponibiliza instruções para criar um capacete de realidade virtual em cartão, usando um smartphone como ecrã.

 

No meio de toda a oferta, o que tem de especial o PlayStation VR?

 

Simples: é a sensação que deixa de que se trata do primeiro sistema realmente amadurecido, estável e completo. Enquanto não sabemos exatamente o que farão os Oculus Rift pela mão do Facebook, e enquanto os sistemas baseados em smartphones servem sobretudo para experiências de realidade virtual mais contemplativas (ou precisam de periféricos ou outros aparelhos para uma experiência interativa), o PlayStation VR apenas adiciona um capacete a uma consola e a comandos já existentes para permitir uma grande qualidade visual e interatividade numa experiência coesa.

 

O capacete assenta comodamente na cabeça, sem qualquer tipo de desconforto, mesmo para quem usa óculos. Um par de auscultadores assegura o som posicional. Os comandos PlayStation Move, com a ajuda da câmara da PlayStation, permitem a manipulação dos cenários. E por fim, e mais importante, a potência gráfica da PlayStation 4 assegura os visuais realistas, com uma animação sem soluços.

 

E assim fui colocado numa jaula de observação de tubarões e mergulhado no oceano. Um mergulho virtual agradabilíssimo até ao momento em que um tubarão gigante começa a rondar... e depois a atacar. A jaula balança e vai-se desfazendo com os sucessivos ataques e eu olho desesperadamente em volta enquanto o tubarão rodeia novamente a jaula. Sei que é tudo virtual, mas com os olhos e ouvidos isolados da multidão que passeia pelo recinto da feira torna-se impossível evitar a sensação de que estou mesmo lá. E que um tubarão vai comer-me.

 

Menos assustadora, mas igualmente emocionante, foi a segunda demonstração que experimentei. Nessa vejo-me dentro de um carro em fuga após um assalto. Olho para o lado e o condutor olha para mim, voltando depois a concentrar-se na estrada. Abro o porta-luvas, que está cheio de carregadores de munição, e o condutor diz: "Estavas à espera de quê? Luvas?". Começo a brincar com o autorrádio. Sintonizo outra estação, mas de repente aparecem motas e carros a disparar sobre mim. A ação "a sério" começa.

 

Esta experiência foi de longe a mais completa e satisfatória que já tive com a realidade virtual e que a coloca a um nível que nem os videojogos nem o cinema conseguem atingir. Fez-me acreditar que esta nova onde de realidade virtual não é apenas uma moda e que tem capacidade para se tornar um novo meio, com encantos que os outros não têm.

 

Ainda há incógnitas. O preço, que a Sony ainda não divulgou, e os próprios conteúdos: as experiências disponíveis são curtas, durando cada uma cerca de 10 minutos, e baseiam-se sobretudo em estar parado num sítio enquanto as coisas acontecem à nossa volta. Vai ser preciso ter mais conteúdo, mais longo e mais variado, e saber como se vão resolver questões simples como permitir ao espetador/jogador andar de um lado para outro do cenário, coisa que nos videojogos é mais que banal mas que em realidade virtual é um desafio ainda sem respostas bem definidas.

 

Mas apesar das dúvidas, fiquei crente. Citando o filme Django Unchained: "Tinham a minha curiosidade. Agora têm a minha atenção."

 

Os vídeos não fazem de todo justiça à experiência, mas fiquem com um cheirinho do que é possível:

 

publicado às 15:41

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