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Vida Extra

Aventuras e desventuras no universo dos videojogos.

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Melhores trailers de jogos de 2017: Dezembro

Imagem do jogo Death Stranding

 

Um trailer pode ser uma pequena obra de arte. E é por isso que, ao longo do ano, vou colecionar alguns dos melhores trailers que vão sendo lançados todos os meses pelas editoras de videojogos e partilhá-los convosco. Eis os meus preferidos de dezembro.

 

No início do mês decorreu a cerimónia dos The Game Awards, onde foram mostrados muitos novos trailers. Mas houve mais algumas propostas "fora da caixa". Ora vejam:

 

 

10- Gal Metal - trailer

 

É um jogo sobre raparigas japonesas que tocam bateria em bandas de heavy metal. O trailer mistura imagens reais com imagens do jogo e BD japonesa. Está tudo em japonês, pelo que é difícil perceber o que se está a passar, mas neste caso isso só ajuda a melhorar a experiência.

 

 

 

9- Crossing Souls - trailer "Ready for Adventure"

 

O primeiro trailer de Crossing Souls é uma genial mescla de referências à cultura pop dos anos 80, servido por uma animação excelente. A não perder!

 

 

 

8- In the Valley of Gods - trailer de revelação

 

Há um charme retro neste trailer de revelação do novo jogo dos criadores de Firewatch. Tal como no título anterior da Campo Santo, o grafismo minimalista em nada lhe retira a beleza.

 

 

 

7- Living Dark - trailer "Making Weather"

 

Simples mas eficaz, este primeiro trailer de Living Dark faz lembrar os fantásticos planos de travelling lateral de Peter Greenaway.

 

 

 

6- Dissidia Final Fantasy NT - vídeo de abertura

 

As personagens de vários jogos da saga Final Fantasy juntas num jogo de luta dão-nos mais um trailer com a qualidade de animação a que a equipa da Square-Enix já nos habituou.

 

 

 

5- Overkill's The Walking Dead - trailer de Aidan

 

Está em desenvolvimento um novo jogo baseado na popular saga The Walking Dead. E este promete! Pelo menos a julgar pelo primeiro trailer.

 

 

 

4- Manifest 99 - trailer da crítica

 

Esta experiência interativa em realidade virtual tem recebido excelentes críticas. E basta ver o trailer para perceber porquê.

 

 

 

3- Dragon Ball FighterZ - trailer da Jump Festa 2017

 

A qualidade visual do novo jogo baseado na saga Dragon Ball continua a impressionar. É quase impossível distuinguir as imagens do jogo das imagens da série de TV, e tudo isto é servido a um ritmo alucinante neste novo trailer.

 

 

 

2- Star Wars Battlefront 2 - trailer da temporada "Os Últimos Jedi"

 

Polémicas à parte, é inegável a qualidade visual e artística do novo jogo baseado em Star Wars. Com a chegada do filme mais recente às salas de cinema o jogo teve direito a novos conteúdos e a novo trailer.

 

 

 

 1- Death Stranding - trailer dos The Game Awards 2017

 

Ninguém cria trailers (e jogos) como Hideo Kojima. O melhor trailer deste mês só podia mesmo ser este novo olhar críptico sobre Death Stranding.

 

 

 

E vocês? Houve algum trailer em dezembro de que tenham gostado e que não esteja na lista? Partilhem nos comentários.

 

Também podem rever a lista de melhores trailers de novembro.

publicado às 10:07

Os jogos mais inacreditáveis de 2017

O fim do ano aproxima-se a alta velocidade. Os grandes videojogos que havia para lançar já estão nas lojas. Os pequenos também. E por isso, um pouco por todo o lado, aparecem as listas de "melhores do ano".

 

No que toca a jogos foi um ano em cheio. A quantidade e variedade de excelentes videojogos lançados durante 2017 é digna de nota.

 

Só que listas de melhores jogos do ano é o que não falta. Em vez de estar a fazer o mesmo que os outros, prefiro deixar-vos um link para as recomendações do SAPO Tek e fazer algo de diferente. Eis...

 

... os jogos mais inacreditáveis de 2017!

 

Não são necessariamente os melhores. Mas são tão diferentes ou tão originais ou tão improváveis que é difícil de acreditar que existam. A ordem de apresentação não interessa, apenas importa os motivos pelos quais estão na lista.

 

 

Hellblade: Senua’s Sacrifice

 

Imagem de HellBlade: Senua's Sacrifice

 

À primeira vista pode parecer um misto de jogo de terror e de ação. Mas não. Hellblade é uma experiência perturbadora que nos leva a ver o mundo pelos olhos de alguém que sofre de psicose. As vozes na nossa cabeça são uma constante à medida que avançamos no jogo. As vozes confortam-nos, assustam-nos, ajudam-nos, tudo em simultâneo até ao ponto de não sabermos como lidar com elas. E estão sempre lá.

 

Mas a psicose não é o mote para a ação. Não é uma desculpa para os combates. É apenas uma realidade com que temos de conviver durante o jogo e que acaba por definir cada passo da experiência. No fundo o que Hellblade faz é mostrar um pouco do que é a vida de alguém que sofre desta condição.

 

Só o facto de alguém ter criado um jogo que aborda este tema de forma tão empática já seria relevante. Mas Hellblade ainda consegue outro feito: ser um jogo de alto valor de produção feito com uma pequena equipa.

 

 

 

Everything

 

Logotipo de Everything

 

Everything é um jogo sobre tudo. Nele podemos ser uma ínfima molécula ou uma imensa galáxia. Ou qualquer outra coisa entre elas. E em qualquer dos casos podemos contemplar a nossa posição e função num todo que é muito maior do que nós próprios.

 

O jogo é baseado na obra do filósofo Alan Watts e é narrado pelo próprio. É uma daquelas experiências que não poderiam existir noutro meio que não os videojogos. Um jogo sobre o significado de "ser" e que nos ajuda a ter uma nova perspectiva sobre nós próprios e sobre o universo em que existimos.

 

E mesmo quando paramos de jogar, Everything continua a jogar-se sozinho. Tal como o universo continua a funcionar após cada um de nós deixar de existir.

 

 

 

The Legend of Zelda: Breath of the Wild

 

Imagem de The Legend Of Zelda: Breath Of The Wild

 

Este é daqueles que à partida não parece ter lugar nesta lista. Sim, é um excelente jogo. Mas o que tem de inacreditável mais uma sequela de uma saga bem conhecida?

 

Não é fácil de explicar, mas Breath of the Wild é mesmo do outro mundo. Não é só um ótimo jogo. Aliás, até podíamos argumentar que em alguns pontos podia ser melhor. Só que, no seu todo, este novo Zelda é uma experiência única e inesgotável. Um jogo que incorpora todos os modelos mais habituais dos jogos de aventura em mundo aberto da atualidade, mas que em simultâneo não mostra nenhum sinal disso.

 

Breath of the Wild parece um mundo orgânico, com vida própria, em que as coisas acontecem não porque lá foram colocadas para o jogador fazer mas porque assim existem naturalmente. Não há locais no mapa aonde temos de ir, o que há são caminhos para percorrer e uma imensidão de coisas a descobrir a cada passo. Literalmente a cada passo, porque cada metro quadrado do mundo de Breath of the Wild parece ter algum pequeno pormenor para descobrir.

 

Breath of the Wild move-nos, não porque há missões para cumprir mas sim porque há um sem número de coisas para descobrir. Há algo de novo e interessante para lá daquele monte, qualquer coisa de valioso no topo daquela montanha, um qualquer segredo num aparentemente simples buraco no chão.

 

Mesmo depois de "terminar" o jogo, há sempre coisas que não descobrimos e lugares que não explorámos. A vontade de regressar ao mundo de Hyrule nunca desaparece. Somos uma criança fascinada, que ainda tem o mundo todo para descobrir. E não me lembro da última vez que joguei um jogo assim.

 

 

 

Nier: Automata

 

Imagem de Nier Automata

 

É quase impossível explicar porque é que Nier: Automata deve estar nesta lista sem estragar a experiência ou fazer spoilers.

 

A primeira vez que se joga pode parecer um jogo de ação com uma saudável mistura de estilos, que vai alternando constantemente entre modos de câmara. Também tem algumas opções de gestão de personagem mais parecidas com um jogo de role play (RPG). É só quando se repara que existe nesses menus uma opção para cometer suicídio que a coisa começa a parecer mais invulgar.

 

É preciso jogar Nier: Automata até ao fim para perceber que não se jogou até ao fim. E mais não digo.

 

 

 

Wolfenstein 2: The New Colossus

 

Imagem de Wolfenstein 2: The New Colossus

 

Wolfenstein 2 está nesta lista apenas devido às circunstâncias. No mundo de Wolfenstein 2 a Alemanha Nazi ganhou a segunda guerra mundial e os Estados Unidos estão ocupados pelo Reich. Soldados alemães patrulham as ruas pacatas de cidades americanas e convivem alegremente com membros do Ku Klux Klan.

 

Não é propriamente um cenário original. Nem uma história criada com intuitos de comentário social e político. Mas desde a eleição de Trump que os Estados Unidos têm sido palco de um escalar de movimentos supremacistas. E, de repente, aquilo que era uma fantasia a dar o mote para um jogo de ação obriga-nos a refletir sobre um futuro que afinal pode não ser tão improvável.

 

 

 

Playerunknown's Battlegrounds

 

Imagem de Playerunknown's Battlegrounds

 

Em qualquer dia há cerca de 2 milhões de utilizadores em simultâneo a jogar Playerunknown's Battlegrounds (PUBG). O jogo já vendeu mais de 20 milhões de cópias. É um dos jogos mais vendidos de sempre e um dos jogos mais jogados da atualidade.

 

E ainda nem sequer foi lançado.

 

Se há um jogo em 2017 que pode ser considerado um fenómeno, é este. E não é só o seu sucesso, é o facto de ser desenvolvido por uma pequena equipa criada por alguém que nunca tinha sido criador de jogos nem grande jogador.

 

Brendan Greene era um mero jogador ocasional que começou a criar mapas e modificações para alguns dos jogos que jogava. Uma das suas modificações tornava o jogo DayZ numa "Battle Royale": um combate mortal até ao último sobrevivente (pensem em «Os Jogos da Fome», ou no «Battle Royale» original). A fórmula tornou-se popular e foi sendo melhorada, até que Greene resolveu criar o seu próprio jogo.

 

Playerunknown's Battlegrounds está disponível em acesso antecipado. As pessoas pagam para poder jogar uma versão de desenvolvimento. O jogo ainda tem muitos bugs por corrigir, mas os jogadores não se importam. A experiência de jogo é tão eletrizante que... Bom, o sucesso fala por si. Algumas das maiores editoras de videojogos já estão a copiá-lo e com sucesso também.

 

 

 

Cuphead

 

Imagem de Cuphead

 

Há os jogos retro, com imagens pixelizadas a fazer lembrar "os bons velhos tempos". E depois há o Cuphead, com imagens que reproduzem habilmente os desenhos animados dos primórdios do cinema de animação.

 

Ao ver Cuphead em movimento é impossível ficar indiferente. Salta à vista de tão diferente que é de tudo o resto. E salta à vista também pela absoluta perfeição com que é feito.

 

Não sei o que passou pela cabeça dos criadores para acharem boa ideia fazer um jogo baseado nos filmes de animação dos anos 30. Mas ainda bem que o fizeram.

 

 

 

CryptoKitties

 

Imagem de CryptoKitties

 

As criptomoedas (Bitcoin e afins) estão em ascenção meteórica. Tão meteórica que surgem cada vez mais alertas para os riscos associados a algo que parece valorizar sempre e sem limites.

 

Para quem não sabe, as criptomoedas são uma forma de dinheiro digital que não depende de nenhuma instituição centralizada. O "criptodinheiro" é gerado (usa-se o termo "minar") e transferido de forma segura entre entidades usando apenas a infraestrutura partilhada dos seus utilizadores. Cada "moeda" é única e nem a moeda nem o seu detentor podem ser falsificados.

 

E então alguém pensou: "Vou usar essa tecnologia para fazer um jogo de coleção de gatinhos"!

 

CryptoKitties usa uma das redes de criptomoedas para, em vez de gerar "dinheiro", gerar gatinhos. O jogador tem a certeza que cada gatinho é único e é só seu. E, se pensarmos bem, isso é o derradeiro jogo de colecionismo. Conceptualmente está perfeito!

 

Por outro lado, o sucesso do jogo já está a levantar problemas de desempenho na rede da criptomoeda Ethereum, sobre a qual assenta. Podemos dizer que, além de absolutamente fora da caixa, CriptoKitties ainda consegue demonstrar uma das fragilidades das criptomoedas.

 

 

O que podemos concluir desta lista?

 

Podíamos encontrar muitos outros exemplos de jogos inacreditáveis em 2017. Aliás, aproveitem para partilhar nos comentários as vossas sugestões.

 

Mas o que acho que vale a pena reter é que 2017 foi um ano riquíssimo para os videojogos. Não apenas porque houve muitos jogos de qualidade, mas também porque houve muitos jogos "diferentes". E isso é bom! Inovação precisa-se. Sempre. E ficámos bem servidos este ano.

publicado às 09:50

E.T.: "pior videojogo de sempre" faz 35 anos

Videojogos baseados em filmes costumam ser maus. E essa tendência começou logo cedo, com um dos primeiros casos a ser considerado "o pior jogo de sempre".

 

A adaptação de E.T., o Extra-Terrestre a videojogo correu tão mal que, além de pior jogo de sempre, foi também considerado o causador do colapso da indústria de videojogos americana e fez brotar teorias da conspiração sobre o enterro secreto das cópias não vendidas do jogo num aterro no meio do deserto.

 

Imagem de E.T. The Video Game

 

A realidade dos factos não é bem essa. As histórias foram exageradas. Mas o percurso do videojogo E.T. é sem dúvida uma tragédia épica. Uma "tempestade perfeita" que catapultou este título para um lugar de relevo na história dos videojogos.

 

Como é que isso aconteceu?

 

A história pode ser contade de forma curta e fácil de perceber. Em junho de 1982 estreava o filme E.T., de Steven Spielberg. Rapidamente se tornou o filme de maior sucesso do ano. Viria mesmo a tornar-se o filme mais rentável de sempre, recorde que manteve durante 11 anos.

 

Com a "febre" de E.T. ao rubro, a Atari viu a oportunidade para lucrar em grande. A popularidade da Atari estava no seu expoente máximo e até já tinham uma relação próxima com Steven Spielberg, pois estavam a criar um jogo baseado no primeiro filme de Indiana Jones.

 

Em menos de um mês os direitos para produção de um jogo baseado no filme tinham sido adquiridos. O valor pago foi acima de 20 milhões de dólares, mas a expetativa de receitas era muito maior. Bastava ter o jogo nas lojas a tempo do Natal.

 

E aí estava o problema.

 

Os jogos da Atari eram vendidos em cartucho. Isso implicava umas largas semanas só para a fábrica os produzir e mais umas quantas para a distribuição. Na prática só sobravam 5 semanas para a "pequena" tarefa de criar, programar e testar o jogo. Para terem um termo de comparação, os jogos Atari da altura demoravam em média oito meses a ser desenvolvidos.

 

Para conseguir ter o jogo pronto em apenas 5 semanas a Atari entregou a tarefa a um dos seus melhores programadores: Howard Scott Warshaw.

 

Warshaw era um autêntico Cristiano Ronaldo dos criadores de videojogos. Foi ele que criou Yar's Revenge, nada menos que o jogo mais vendido de sempre para a Atari 2600 (sem contar com jogos licenciados). Numa entrevista à BBC Warshaw relata que recebeu um telefonema do Diretor da Atari a perguntar-lhe se consegue criar o jogo do E.T. E de seguida diz-lhe "Desenha o jogo e amanhã de manhã vai ao aeroporto, que está lá um jato para te levar ao Spielberg."

 

Capa de E.T. The Videogame

 

Sucesso!

 

A verdade é que Warshaw conseguiu terminar o jogo a tempo. Só por si um feito digno de nota. Com a parte difícil completada a Atari entrou com toda a força na preparação das vendas. Mandou produzir 4 milhões de cartuchos do jogo e investiu 5 milhões de dólares em publicidade.

 

Quando o jogo chega às lojas as vendas são... Um sucesso!

 

Em dezembro de 1982 e janeiro de 1983, E.T. está nos tops de vendas de jogos. Torna-se um dos jogos Atari mais vendidos de sempre, com cerca de 1,5 milhões de cópias a sair das lojas.

 

O problema é que ainda estavam por vender os outros 2,5 milhões de cartuchos. E com as críticas negativas dos jornalistas e os próprios jogadores a queixarem-se que o jogo não era muito interessante, qualquer esperança de vender os cartuchos restantes estava morta à nascença.

 

Pior ainda, as lojas começaram a receber devoluções do jogo por parte dos clientes.

 

É nesta fase que as coisas começam a desmoronar para a Atari. E o E.T. foi dado como culpado pelo colapso da indústria de videojogos americana. Mas isso não é inteiramente verdade.

 

E.T. é mesmo "o pior videojogo de sempre"?

 

Já vi coisas muito piores. Pessoalmente acho que era apenas pouco interessante. E sobretudo muito pouco "polido", dados os prazos de desenvolvimento quase impossíveis que teve de cumprir. Mas foi sem dúvida um dos videojogos mais desapontantes de sempre, por causa da enorme expetativa à sua volta.

 

Mas não têm de se fiar na minha opinião. Podem jogar o jogo gratuitamente neste site.

 

Foi mesmo o E.T. que levou a Atari e restantes editoras à falência?

 

E.T. não foi a causa, foi apenas mais um sintoma. Houve toda uma conjuntura de fatores que causaram a queda da Atari, sobre a qual já falei.

 

Leiam este post se quiserem saber mais.

 

O jogo foi mesmo enterrado em segredo?

 

Sim e não. Com o colapso da indústria dos videojogos americana, a Atari viu-se com um enorme inventário de jogos e consolas que nunca seria capaz de vender. A solução foi "deitar tudo fora". Todas essas sobras foram despejadas e enterradas num aterro sanitário no Novo México.

 

A operação não foi propriamente secreta - a notícia saiu em alguns jornais locais - mas não é coisa que se apregoe. Para além disso o local de despejo também tinha sido usado para enterrar material radioativo, pelo que existiam medidas de segurança adicionais à sua volta que contribuiam para a aura de mistério.

 

Toda essa história foi contada no excelente documentário "Atari: Game Over", que podem ver gratuitamente aqui.

 

 

Lições para o futuro...

 

Desta história toda ficaram as lições para o futuro: A ganância e a pressa resultam em maus produtos e má imagem para quem os produz. E um videojogo baseado num filme adorado não é garantia de vendas.

 

E se há uma coisa que a História nos ensinou é que as pessoas raramente aprendem com as lições da História. Basta vermos como correu o lançamento do novo jogo baseado em Star Wars.

publicado às 17:03

Os Óscares dos videojogos estão de volta

Imagem do troféu dos The Game Awards

 

Esta semana são entregues os The Game Awards. Uma espécie de "Óscares dos videojogos", sobre a qual já escrevi no ano passado.

 

Não faz sentido estar a repetir uma descrição do que é esta cerimónia e de como se destaca das restantes. Se não a conhecem basta lerem o meu texto anterior.

 

Mas então porquê voltar a falar no tema?

 

A edição deste ano conta com algumas alterações de fundo. E são alterações que espelham bem a forma como a indústria dos videojogos tem evoluído recentemente. Não são apenas alterações desejadas, são alterações necessárias. Uma adaptação à realidade atual dos videojogos, que é cada vez mais diferente do simples lançar de novos títulos para as lojas.

 

E que alterações são essas?

 

O próprio criador do evento diz em entrevista à Rolling Stone que tem tentado criar uma cerimónia de Óscares para os videojogos. Mas, por outro lado, os videojogos têm as suas particularidades e o formato de eleger uma lista de melhores títulos de um determinado ano não funciona bem com os videojogos.

 

O melhor exemplo que se pode dar: Nos videojogos o jogador é uma parte integrante e ativa da experiência. O jogador não se limita a ver e ouvir. É o jogador que faz o jogo "andar". É o jogador que dá sentido ao jogo. E por esse motivo os The Game Awards incluem um prémio para um jogador influente ou que se tenha destacado de alguma forma.

 

Mas há outras particularidades. E outro bom exemplo a dar.

 

Um dos jogos mais jogados e mais aclamados deste ano é o Playerunknown's Battlegrounds (geralmente abreviado para PUBG). Será certamente candidato a um prémio. Só que... PUBG ainda não foi oficialmente "lançado".

 

Como é isto possível?

 

Simples. PUBG tem estado a ser desenvolvido num modelo "Early Access" (acesso antecipado). O jogo ainda está em desenvolvimento mas os interessados podem pagar para ter acesso antecipado e irem jogando o jogo à medida que vai sendo desenvolvido.

 

O lançamento oficial de PUBG está previsto para a próxima semana (já depois da cerimónia dos The Game Awards), mas no limite podem existir jogos que nunca chegam a ter um lançamento oficial. E por isso as regras têm de ser adaptadas para poderem incluir jogos que estejam nessa situação.

 

E o caso oposto também se aplica.

 

Um jogo pode já ter saído há vários anos e continuar a receber novos conteúdos e/ou novas funcionalidades, ou simplesmente continuar a ser muito relevante para a indústria e para os jogadores. Há muitos exemplos de jogos que continuam a ser atualizados e que continuam a ser jogados por muitos e vendidos em quantidade.

 

Talvez não tenham noção mas o GTA V, que foi lançado originalmente em 2013, foi uma presença constante no top 10 de vendas um pouco por todo o mundo em 2017. Quatro anos depois do seu lançamento.

 

E, portanto, os The Game Awards deste ano vão incluir um prémio para "melhor jogo ainda em desenvolvimento" e outro para "melhor jogo em desenvolvimento contínuo".

 

Uma outra novidade que merece destaque é uma série de prémios para projetos de estudantes.

 

Há muitos bons jogos a serem desenvolvidos em escolas e universidades. Puxando a brasa à nossa sardinha, ainda recentemente o jogo Obscuria, desenvolvido por alunos da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, ganhou o Nordic Game Discover Contest.

 

E tudo isto é um reflexo das muitas realidades da indústria dos videojogos e das suas particularidades. Sobretudo, é bom ver que os The Game Awards estão a mudar de acordo com a evolução e riqueza da indústria que querem representar, em vez de ficarem colados aos paradigmas de outras cerimónias.

 

A cerimónia dos The Game Awards decorre na noite de quinta para sexta-feira, à 1:30h da manhã. Podem assistir ao evento online em múltiplas plataformas.

publicado às 17:12

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