Todos querem e ninguém usa
A Xbox One recebeu finalmente a retrocompatibilidade. O que é isso? Uma funcionalidade que permite jogar os títulos da sua antecessora, a Xbox 360, na nova consola. (Sim, a Xbox One saiu depois da Xbox 360. O "One" é só para despistar.)
Isto era algo de que muitos jogadores se queixavam desde o lançamento da Xbox One. Idem para a PlayStation 4, que não permite jogar os jogos da PS3, embora a Sony já tenha em testes um serviço que vai permitir jogar esses jogos remotamente por streaming de vídeo (semelhante ao que faz o MEO Jogos).
O leitor mais atento perguntará: "Mas se é para jogarem jogos da consola antiga porque é que compraram a consola nova?"
É uma excelente pergunta, mas eu infelizmente não sei a resposta. É verdade que para quem faz o "upgrade" - quem tem a consola antiga e compra a nova - e ainda tem jogos da consola anterior para jogar isto até dá jeito. Evita ter de mantar ambas as consolas ligadas e a ocupar espaço. Mas à parte a eventual conveniência que pode ter para alguns, não há outras grandes vantagens. E se o motivo for esse, então o que faria sentido era disponibilizar esta funcionalidade logo no lançamento da consola e não agora, passados 2 anos.
É muito difícil encontrar dados concretos sobre a quantidade de pessoas que de facto usam este tipo de funcionalidade, mas o próprio "patrão" da Xbox afirmava há 2 anos atrás que eram apenas 5% e que por isso a retrocompatibilidade não fazia sentido. Eu pessoalmente já experimentei a retrocompatibilidade em várias consolas... durante alguns minutos. Basicamente fui ver como funcionava, joguei um bocadinho e dei-me por satisfeito. Não voltei a usar.
Isto acaba por ser apenas uma forma de ter mais um argumento para vender a consola. Duas semanas depois da Xbox One permitir jogar (alguns) jogos da Xbox 360 já a PlayStation afirma que vai ser possível jogar (alguns) jogos da PlayStation 2 na PlayStation 4. E no meio disto todos parecem ter esquecido que a Wii U da Nintendo corre todos os jogos da sua antecessora Wii desde o lançamento, algo que, infelizmente, não a tornou um sucesso de vendas.
Mas posso estar a ver mal a coisa. A verdade é que, retrocompatibilidades à parte, o mundo dos videojogos tem sido invadido nos últimos anos por uma autentica vaga de remakes e remasters. Pega-se num jogo da geração de consolas anterior, melhoram-se um pouco os gráficos, e lança-se de novo o jogo para a nova geração de máquinas. Isto há 5 anos atrás era uma coisa rara, mas agora são às dezenas e dezenas de lançamentos.
Não tenho nada contra, e se as editoras continuam a fazê-lo é porque há público que compra. Mas fica-me a remoer no pensamento uma questão: Não deviam estar a fazer jogos novos?