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Vida Extra

Aventuras e desventuras no universo dos videojogos.

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Aventuras e desventuras no universo dos videojogos.

Deixem os videojogos em paz!

Estamos longe do tempo em que os videojogos eram o bode expiatório para os males da sociedade. Hoje em dia é pouco comum vermos políticos ou defensores da moral e bons costumes culparem esta forma de entretenimento por actos ocasionais de violência ou exigirem regulamentação mais apertada para a sua venda.

 

Os videojogos estão então finalmente aceites pela sociedade?

 

Não totalmente. Aliás, alguns países ainda têm regras específicas e muito limitadoras sobre o tipo de conteúdo que um videojogo pode ter para poder ser vendido. E não estou a falar de países de terceiro mundo ou com liberdades civis limitadas: os dois exemplos mais habituais, e onde muitas vezes há títulos que têm de ser lançados em versão censurada, são a Alemanha e a Austrália.

 

Aliás, ainda este mês o jogo Outlast 2 viu negada a atribuição de classificação etária na Austrália, o que na prática significa que o jogo não pode ser vendido no país e fica, efetivamente, banido.

 

Logotipo de Outlast 2

 

O motivo? Outlast 2 é um jogo violento, mas foi uma cena de "violência sexual implícita" que motivou a recusa de classificação. Nem a classificação "para maiores de 18 anos" pareceu adequada ao organismo australiano responsável. Para sermos claros: o jogo não faz nenhuma apologia da violação, apenas contém uma cena em que esse acto acontece fora do ecrã.

 

Aconteceu então algo de pouco habitual: um político australiano levou o assunto ao senado em defesa dos videojogos.

 

David Leyonhjelm é senador pelo Partido Democrata Liberal na Nova Gales do Sul e não poupou críticas à atitude da Junta de Classificação Australiana. E sobretudo fê-lo de forma racional e informada.

 

Leyonhjelm afirmou no seu discurso que, ao negar classificação a videojogos violentos quando é dada maior liberdade a outros meios artísticos, isso não só é um acto de censura como passa uma mensagem de desaprovação e desencorajamento aos produtores de videojogos, que vai no sentido oposto da "política de inovação" defendida pelo atual Primeiro Ministro do país.

 

Para defender o seu argumento o senador chamou a atenção para o facto de que o acesso a sites de notícias sobre videojogos é barrado nos computadores dos funcionários públicos, mas que sites neo-nazis podem ser acedidos. E que isso é claramente uma atitude censória completamente ilógica da parte de burocratas desinformados.

 

Em jeito de conclusão, David Leyonhjelm deixou uma pergunta e uma recomendação:

 

"Como é que não confiamos que pessoas adultas podem fazer as suas próprias escolhas em relação aos videojogos mas damos-lhes a possibilidade de votar?"

 

"Os videojogos não fazem mal a ninguém e o governo e a Junta de Classificação Australiana deviam deixar os gamers em paz."

 

E na prática será que isto vai trazer alguma mudança?

 

Bem... não se sabe se foi por causa do discurso do senador David Leyonhjelm mas a verdade é que, poucos dias depois, a Junta de Classificação Australiana reavaliou o jogo Outlast 2 e concedeu-lhe a classificação R18+, a mais restrita de todas, mas que permite que o jogo seja colocado à venda no país sem necessidade de qualquer alteração ou censura.

publicado às 12:38

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