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Vida Extra

Aventuras e desventuras no universo dos videojogos.

Vida Extra

Aventuras e desventuras no universo dos videojogos.

A máquina de cheirar puns

A realidade virtual não é só para os olhos e ouvidos. É também para o nariz.

 

Nosulus Rift.jpg

 

Com as habituais férias em agosto e com o acesso à internet algo limitado não acompanhei de perto a Gamescom - uma das principais (para não dizer "a principal") feira de videojogos da europa. Não é tão grande e conhecida como a E3, mas tem crescido em relevância e notoriedade ao longo dos anos, ao ponto de ser uma referência no calendário da indústria de videojogos.

 

Este ano não a acompanhei de perto, como dizia acima, pelo que ao chegar de férias fui à procura das principais novidades que teriam saído da edição deste ano. Não encontrei muitas. Pelo menos nada realmente novo. Nada... exceto o Nosulus Rift.

 

 

O Nosulus Rift é uma clara caricatura dos capacetes de realidade virtual - em particular do quase homónimo Oculus Rift - concebida exclusivamente para o novo jogo do South Park. Com o título South Park: The Fractured But Whole (se não percebem o trocadilho peçam a alguém que saiba Inglês que vos explique), o novo jogo conta com uma personagem principal - o jogador - que tem o poder especial de dar puns. E quando o jogador dá um pum no jogo o Nosulus Rift liberta a correspondente fragrância bem na cara do jogador.

 

É simples. É parvo. É inútil. É brilhante.

 

Notem que apesar do vídeo acima ser uma clara paródia, o aparelho é bem real e os vídeos publicados por vários jornalistas a experimentarem o Nosulus Rift são impagáveis. Numa perspetiva algo boçal, admitamos. E a verdade é que acabou por ser a principal novidade da Gamescom que retive na memória. Não porque houvesse algo de mal nos muitos jogos e produtos mostrados na feira, mas porque a dedicação da equipa do jogo a fazer jus ao humor de South Park foi bem além do que seria exigível.

publicado às 19:07

Chegou a nova Xbox One S! E agora?

A Microsoft acaba de lançar um novo modelo da Xbox One. O difícil é perceber o que é que isso quer dizer.

 

Xbox One S

 

Os meses recentes foram plenos de rumores sobre a possibilidade da Microsoft e da Sony lançarem versões mais poderosas das suas atuais consolas - a Xbox One e a PlayStation 4.

 

No início de março foram declarações do responsável da Xbox, no sentido de que seria bom que o hardware das consolas fosse evoluindo constantemente e ficando mais pontente, como acontece com os telemóveis. Na altura expliquei porque é que achava isso uma má ideia.

 

Mas eis que ainda em março surgem vários rumores de que a Sony estaria a preparar uma PlayStation "4 e meio", mais potente que a atual PS4. Achei que não, de certeza que não seria isso. No meu entender o que a Sony e a Microsoft iriam seguramente lançar eram novos modelos das suas consolas com pequenas optimizações e a capacidade para ler os novos filmes Blu-Ray em 4K. Basicamente a(s) mesma(s) consola(s), com pequenos retoques, algo que não é novidade: a PlayStation original teve um modelo mais pequeno chamado PSOne e a PS2 e PS3 tiveram versões "slim" (mais magras que as originais).

 

Afinal eu estava simultaneamente certo e errado.

 

Estava certo porque a Microsoft acaba de lançar a Xbox One S, que é basicamente uma Xbox One mais pequena e que lê Blu-Rays 4K. Em termos de jogos as suas capacidades são praticamente as mesmas que o modelo anterior: os jogos não correm em 4K mas sim em full HD, embora passem a permitir o HDR - High Dinamic Range -, que permite uma paleta de cores e nível de brilho da imagem muito superiores. O 4K e o HDR só estão disponíveis em televisores recentes.

 

E estava errado porque a Microsoft também anunciou em junho uma outra nova Xbox One chamada Scorpio, essa sim com muito maior poder de processamento e com a capacidade de correr jogos em 4K. A Scorpio sai em 2017 e será a consola mais poderosa de sempre.

 

E o que é que isto tudo quer dizer?

 

A verdade é que não sei. E parece que a Microsoft também não.

 

A nova Xbox One S é uma boa proposta de valor: pelo mesmo preço da Xbox One original temos direito a um novo modelo melhorado, sendo expectável que o modelo original baixe de preço até que eventualmente se esgote nas lojas. Só que...

 

A nova Xbox One S virá em 3 modelos, cada um com uma capacidade de armazenamento diferente. E para já só está disponível o modelo mais caro, de 399€. São 100€ mais do que o preço da Xbox One original, que ainda se pode comprar nas lojas. Porquê gastar mais 100€ agora, quando vão sair modelos mais baratos? E a história diz-nos que 100€ é uma diferença muito grande no preço de uma consola.

 

Por outro lado, porquê comprar uma Xbox One S agora quando daqui por um ano vai sair "a consola mais poderosa de sempre"? Quer já se tenha uma Xbox One ou não, a recém-lançada Xbox One S parece ser uma boa consola que não vale a pena comprar neste momento.

 

E quando sair a potente Scorpio? Será que vai valer a pena comprá-la ou será preferível esperar pelo "modelo seguinte", que vai certamente ser ainda mais potente?

 

É este o dilema recorrente que a estratégia da Microsoft nos coloca. A Xbox One S podia ser uma proposta simples: "Toma lá uma versão melhorada da consola pelo mesmo preço". Simples! Mas em vez disso é um "Toma lá uma versão melhorada da consola por mais 100€, mas ainda podes comprar a versão anterior mais barata, ou a nova versão com menos armazenamento pelo preço da original daqui por umas semanas, e, já agora, daqui por um ano podes comprar uma consola muito melhor".

 

E para além disto tudo ainda temos o anúncio de que os jogos da Xbox One (pelo menos alguns) também poderão ser jogados em qualquer PC com Windows 10.

 

Os dados estão lançados! Vamos ver como o mercado se comportará e se a jogada vai beneficiar ou prejudicar a Microsoft.

 

E quanto à PlayStation?

 

Oficialmente a Sony ainda não deu detalhes sobre o novo modelo da PlayStation 4 - a Neo -, mas confirmou que existe e que vai correr jogos a 4K. Muitas das preocupações que exponho acima poderão facilmente aplicar-se à Sony, mas vamos ter de esperar para ver como abordam esta estratégia.

 

Para já, gabo a coragem da Microsoft em "agitar as águas" e a inteligência da Sony em não desviar a atenção dos consumidores para lá do que existe "aqui e agora". A Xbox tem estado a ficar para trás em relação à PlayStation na corrida dos números de vendas. Por isso a Microsoft tem de jogar um trunfo. A Sony para já apenas tem de defender a sua posição e preparar terreno para os óculos de realidade virtual que vai lançar no último trimestre deste ano.

 

Com todas estas (r)evoluções, 2017 poderá tornar-se num ano entusiasmante para a indústria dos videojogos. Sobretudo se nos lembrarmos que, para além disto tudo, no próximo ano a Nintendo vai lançar uma nova consola, da qual ainda nada se sabe.

 

Jogar videojogos pode ser uma experiência emocionante. Mas assistir à evolução desta indústria por vezes também é.

publicado às 18:14

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